
A lei de Deus é uma maldição de morte?
Algumas passagens bíblicas atrelam a lei de Deus em uma maldição de morte. Acesse o estudo e compreenda esta mensagem
A LEI DE DEUS É UMA MALDIÇÃO?
Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: "Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro". - Gálatas 3:13
Muitos irmãos cristão utilizam este capítulo para pregarem a anulação dos 10 mandamentos de Deus pela Nova Aliança. Este capítulo requer um compreendimento contextual sobre as leis existentes nas escrituras e sobre o que de fato é a Nova Aliança estabelecida por Cristo.
Primeiramente, para compreender corretamente a mensagem que o apóstolo Paulo quis passar, devemos buscar entender qual a visão que ele tinha sobre as leis de Deus.
Vejamos os atributos que Paulo deu ás leis de Deus:
a lei é santa
o mandamento é santo, justo e bom
a lei é espiritual
a lei é boa
Na passagem bíblica acima, Paulo deixa bem claro de que o problema, a imperfeição, não está na lei de Deus e sim, em nós. E que se, não formos tocados pelo Espírito Santo, não seremos capazes de nos livramos do pecado que é a transgressão da lei (1 João 3:4)
Vejamos mais uma idealização de Paulo perante a lei:
"Sabemos que a lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada. Também sabemos que ela não é feita para os justos, mas para os transgressores e insubordinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreverentes, para os que matam pai e mãe, para os homicidas, para os que praticam imoralidade sexual e os homossexuais, para os seqüestradores, para os mentirosos e os que juram falsamente; e para todo aquele que se opõe à sã doutrina." - 1 Timóteo 1:8-10
Mais uma vez vemos Paulo não menosprezando ou tão pouco invalidando a lei no seu aspecto legal. Pois ele mesmo diz que a lei não é para os justos e sim para os transgressores. Nessa alegação, ele nos mostra de que a lei continua sim em vigor, julgando e condenando seus transgressores. Pois se a nova aliança extinguisse as leis, os ímpios não poderiam ser condenados; pois sem lei, não há nenhum pecado (Romanos 5:13)
A chave para entendermos todo o capítulo 3 da forma correta, é compreendermos dois pontos primordiais:
1. Que há uma larga diferença entre a lei não vigorar, e a lei não condenar. Pois ela perde sobre o convertido o seu poder condenatório não por deixar de existir, mas sim, por não vivermos mais escravos do pecado transgredindo-a rotineiramente. Os textos acima de Paulo mostram claramente de que ela sim existe, porém não condena os justos e sim os ímpios.
2. O real significado da figuração transitória que Paulo faz no versículo 3 entre "tinta e o Espírito Santo", e entre "tábuas de pedra e tábuas do coração".
versículo 3: "sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração."
neste versículo, Paulo explana que agora somos "a carta de Cristo"; não escrita em tábuas de pedra e sim nas tábuas do coração. E não por tinta, e sim pelo Espírito Santo.
E o que era escrito em tábuas de pedra? As leis morais de Deus.
E fez também uma figuração entre "tinta e Espírito Santo"; explanando que quem escreve as leis em nossos corações é o Espírito Santo de Deus.
Fazendo claríssima indicação á velha aliança, onde as leis de Deus eram escritas em pedra; mas que, com a Nova Aliança, passaram a ser escritas nos corações (Hebreus 8:10-13 / Efésios 2:10).
"Este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis em seu entendimento e em seu coração as escreverei. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo." - Hebreus 8:10
versículo 5: "não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,"
Conforme lemos na referência acima, ao aceitarmos o sacrifício de Jesus, o Espírito Santo grava as leis de Deus em nossos corações nos capacitando a caminhar dentro de uma conduta moral requerida por Deus á Seu povo; guardando os mandamentos em amor (João 14:15-26)
versículos 7 ao 16: (Ler na bíblia)
Os versículos afirmam que por as leis de Deus na velha aliança estarem escritas em tábuas de pedras e não nos corações, as leis de Moisés que além de ritos cerimoniais, eram também medidas para proteger e garantir o cumprimento delas (Dt 31:24-27).
Não esqueçamos de que quem matava era lei de Moisés (Hb 10:28), pois acabavam mais por castigar os transgressores que demasiadamente pecavam contra Deus (lei que foi instituída justamente por causa dessas transgressões (Lv 16:15-16)), que se tornara uma maldição de morte à todo o homem que por conseqüência de sua fraqueza se via impossibilitado de guardar o Decálogo, assim, se profanando em pecados e tentando justificá-los em holocaustos (Jr 7:9-10) que em nada aperfeiçoava (Hb 9) e que eram a sombra das coisas vindouras (Hb 8:5), os colocando cada vez em maior inimizade para com Deus (Os 6:6-7 / Is 1:11-17).
Somente com sacrifício de Cristo na Nova Aliança o "véu da incapacidade" em cumprir as leis morais de Deus é retirado. Pois Deus sempre quis mais a obediência e a compaixão dos homens do que sacrifícios (1 Samuel 15:22-23 / Mateus 9:13).
Para aquele que não fez o novo Concerto através de Cristo, toda vez que as leis são lidas, ainda há o "véu" cobrindo seu entendimento.
Prontamente responde o objetor: "O ministério da morte" era o que foi "gravado com letras de pedras" e é claramente os Dez Mandamentos.
Porém é correto falar de um "ministério" e de uma "lei" como sinônimos? Não. Porém é coerente tratarmos esse "ministério" como uma administração de uma lei. E a administração da lei é o meio pela qual ela é posta em operação e não deve ser confundida com a lei em si.
Paulo havia dito antes aos coríntios: "O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei" (1 Cor 15:56). Isto é, se não fosse a lei de Deus, que condena aqueles que a violam, não haveria pecado e nenhuma morte como penalidade pelo pecado, porque "onde não há lei, também não há transgressão" (Rom 4:15). Pensando nesse fato e no fato contrastante de que "a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom", Paulo indaga: " acaso o bom se me tornou em morte?". Aqui ele fala da lei como sendo "morte".
Vemos nesse capítulo uma situação de " condenação e morte" transformada em "nenhuma condenação e vida". Dentro do contexto, um ministério de condenação e morte trocado por um ministério de espírito e vida. Evidentemente tais ministérios tratam da troca das alianças. É evidente também de que as palavras de Paulo em Romanos 8 são paralelas ás suas palavras em 2 Coríntios 3.
A carta fria da lei como aparecia nas tábuas de pedra não tinha nenhum poder doador de vida. Só podia apontar acusativamente para todo o homem, porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. Uma administração da lei baseada unicamente em sua letra só pode resultar em morte para os transgressores. Mas a administração dela baseada na guia do Espírito, que só é possível pela atuação da Nova Aliança no coração, resulta em vida.
O contraste entre "letra" e "espírito" não significa um contraste entre uma era de lei e uma era de libertação de toda a lei. Como já notamos, quando o Espírito de Deus está no controle, os requisitos da lei são cumpridos em nosso coração.
"Para que a JUSTA EXIGÊNCIA DA LEI SE CUMPRISSE EM NÓS, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito" - Romanos 8:4
E quanto à "glória" mencionada por Paulo? Ele fala claramente da glória relativa de dois ministérios. A justiça de Deus brilhou em espantosa e mesmo aterrorizante glória no monte Sinai ao proclamar a Sua lei. Ele estava ali como um fogo consumidor. Mas quão maior foi a glória de Deus que banhou a Terra com seus raios vivificantes quando Cristo desceu para salvar "o seu povo dos pecados deles" (Mat. 1:21). Aqui estava a glória da justiça e da misericórdia combinadas, porque ao morrer por nossos pecados (nossa "transgressão da lei") Cristo revelou como Deus ao mesmo tempo podia "ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus". Rom. 3:26.
Isso nos leva à última pergunta: o que "se desvanecia" e o que "permanece"? A pergunta, na verdade, já foi respondida. A glória que acompanhou a entrega da lei é tão grandemente excedida pela glória que acompanhou a salvação dos homens de sua violação, que Paulo podia apropriadamente falar da primeira como "gloriosa" e da segunda como "a glória que excede". Mas justamente aqui Paulo narra um incidente em conexão com a entrega da lei no Sinai para ilustrar um ponto que ele deseja realçar nos versos que seguem esta discutida passagem. Quando Moisés desceu do monte com as tábuas de pedra em suas mãos, "resplandecia a pele do seu rosto; e temeram chegar-se a ele". De modo que Moisés "pôs um véu sobre o rosto enquanto falava com os israelitas" (Êxodo 34:29-35).
Paulo se refere a isso.
"A ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente." (ll Cor. 3:7).
Ele se refere novamente a isso no verso 11, dizendo que ela "se desvanecia"; e então outra vez no verso 13, afirmando: "E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia." ' Foi a glória do ministério anterior, agora findo, e não a lei administrada, que "se desvanecia", que foi mesmo "abolida", como por analogia histórica. Paulo lembra-lhes que foi a glória do rosto de Moisés que estava "se desvanecendo". O relato declara que o véu estava no rosto de Moisés, não nas tábuas de pedra; que era sua face que brilhava e não as tábuas de pedra; e que era a glória do seu rosto que desaparecia, não o brilho que sempre circunda o divinamente escrito Decálogo.
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VAMOS AGORA BUSCAR UMA EXORTAÇÃO DE PAULO AOS GENTIOS SOBRE A LEI MORAL DE DEUS NA VIDA DOS CONVERTIDOS
★ Aos que andam em Espírito ★
"Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem, de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz;" - Romanos 8:3-6
⊳ Nesta passagem o apóstolo Paulo exorta claramente de que a fraqueza da carne impedia o homem de caminhar em obediência á lei de Deus e que através de Cristo, somos guiados pelo Espírito Santo de Deus e assim, somos capacitados a cumprir as justas exigências da lei de Deus.
Observe também que Paulo associa andar "segundo o Espírito" , o que "o Espírito deseja" e "vida e paz", com obedecer a lei de Deus.
★ Aos que andam pela carne ★
"a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo.
Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus. Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo." - Romanos 8:7-9
⊳ Podemos claramente compreender a alusão que Paulo faz aos gentios sobre a condição de alguém que é dominado pela carne em ser inimigo de por não se submeter a Sua lei. E esses, não tem o Espírito de Cristo e não pertencem a Cristo.
Obviamente que Paulo não estava se referindo às "leis cerimoniais" (de tabernáculo), e sim, às leis de aspecto moral.
Podemos observar sem sombra de dúvidas de que há sim diferenças entre as leis de Deus, e devemos examinar as escrituras buscando um compreendimento equilibrado.